Demorei muito pra perceber o que estava por trás de tudo que passei até hoje. Digo isso porque, até dias atrás acreditava que a culpa era exclusivamente minha. Desde os 11 anos frequento psiquiatras, neurologista e profissionais afins, lembro de sempre chegar e dizer pra eles "eu nasci assim" isso porque eu entendia que, tinha nascido depressiva, triste... com enorme vontade de morrer, de nunca ter existido. Tento suicídio desde que me entendo por gente, acho que a primeira vez foi com 5 anos (já até me joguei de uma ponte), antes de tentar eu me lembro que cheguei a ela e disse: mamãe eu não gosto de ser eu, queria morrer", ela respondeu: "então se mata logo, não fica falando não". Hoje com 21 anos casada e uma filha, já perdi as contas de quantas vezes tentei suicídio, talvez bem mas que 20, talvez, não sei..
Ela sempre me espancou e quando isso refletiu na pessoa que eu ia me tornar aos 5, 6 anos, eu me escondia debaixo da cama, passava dias e noites lá, lembro que eu chorava não porque a culpava, mas porque queria morrer, eu ainda não entendia que ela era cruel, e quando ela me encontrava chorando (eu tentava esconder) ela perguntava o porquê, e eu respondia, "nada não mãe", ela me espancava, muito mesmo. Teve uma vez que do nada, ela tampou um ralador de feijão na minha cara (aquele antigo mesmo) ela estava na pia e eu sentada na mesa, deveria ter 8 anos, ela tampou com tanta força que bateu em mim, quicou e rasgou minha coxa, quando me ensinou a escrever quebrava as pontas dos lápis na minha mão quando cometia algum erro, me enchia de trabalhos domésticos e me colocava pra cuidar das minhas irmãs (3), quando ela estava me ensinado a fazer tarefas de casa, e eu fazia errado ela me castigava muito severamente. Uma vez estava me ensinando a limpar banheiro, eu não tinha limpado o espelho, ela bateu minha cabeça com tanta força na parede que eu senti que ia desmaiar. Ela sempre batia minha cabeça na parede, por qualquer motivo, até que surgiram dois caroços grandes na minha cabeça, quando relatei ela se fez de desentendida, correu atras de médicos e exames, falou pra minha família que tinha surgido "do nada" os caroços e se fez de boa mãe, que estava muito preocupada. Numa ida à um psiquiatra este me perguntou se o problema era "papai e mamãe" eu disse que sim e ela como estava ao lado me interrompeu e começou a falar que meu pai era muito rígido, ignorante e etc, somente o culpou, não me deixou de terminar de falar e foi a ultima vez que me levou a um psiquiatra na infância. Na adolescência foi o pior, meu pai também sempre foi um doente, louco que quando bebia seria capaz de fazer as coisas mais inimagináveis possíveis, conheci a melhor coisa que eu tinha experimentando até então: amigos (como eu vivia trancada dentro de casa, só fui ter um mesmo aos 16, 17 anos). Eu queria sair e acompanha-los, mas meu pai não deixava, até que ao 17 anos, eu mentia, falava que ia dormir na casa de uma amiga (só deixaram isso quando eu completei essa idade) e saia com meus amigos paras as festas, cheguei a beber, e usei maconha por algumas vezes, acho que 4 pra ser exato. Descobriram, meu pai me repudiou me xingou me bateu em frente a todos meus amigos, disse que tinha vergonha de mim contou tudo para toda família que eu era uma filha péssima, que preferia que eu tivesse conseguido me matar das outra vezes.. até ai tudo bem, mas quando eu pedi pra sair de casa, me tiraram da escola e me internaram numa clinica psiquiatria, porque "eu tinhas problemas". Quando É VOCÊ a se comportar de maneira inadequada para eles, podem esperar o pior. Meu pai nunca me "perdoou" pelo o que eu fiz, logo assim que sai de lá, ele fez da minha vida um inferno, não me deixava ir na esquina, uma vez quando fui comprar pão, foi me buscar e me bateu no meio da rua, fez de tudo de pior ele e a minha mãe.. teve uma vez que chegou em casa e começou a brigar comigo, dizendo que eu o envergonhava que tinha destruído a vida dele (frase que repetia com muita frequência) foi na cozinha pegou uma faca e colocou no meu peito, eu como queria morrer logo e já tinha tentado suicídio nesse meio tempo, pedi para que me matasse, implorei, ele chegou a rasgar a pele (estava cravada no meio do peito a faca) mas não terminou, fez isso umas três vezes em outras ocasiões, mas não me matou obviamente.. e minha família? Eu era a filha ruim que destruiu a vida dos meus pai por ter ido a festas e ter fumado maconha, filha ingrata e ruim, que não entendia que meus pais sempre quiseram o meu bem. Foi assim, até eu casar. Hoje me joga umas indiretas e diz que ele "perdoou o imperdoável, mesmo sem um pedido de desculpas", tenho que ouvir isso calada.
Voltando a minha mãe, quando a confrontei sobre tudo que havia feito, ela disse que sofreu muito pior que eu não sabia o que era sofrer, me contou a historia de vida dela ( a mãe dela é como ela, pior, abandonou ela com a avó, negligenciou ajuda, deixou ela morar na rua quando adulta) invalidou meu sofrimento, e disse o quanto ela era sofrida e que ela não podia dar amor se não tinha recebido (chantagem emocional é especialidade da manipulação dela). Até hoje me causa muito sofrimento, tentar causar intriga entre minhas irmãs, entre mim e meu pai, minhas irmão e meu pai, entra minha irmã e meu marido, falando pra minha irmã que meu marido odeia ela, tenta causa discórdia de todas as maneiras, mente e manipula muito. Minha filha é a primeira neta dela, acho que minha filha se tornou a dourada dela, se é que é possível, ninguém pode chegar perto dela, nem minha sogra, que obviamente também é avo dela, faz questão te dizer que é avó coruja e que ama loucamente a neta, ninguém pode postar foto dela, se não "magoa os sentimento dela poque ela sente ciumes, e ama demais a neta" ah, se ela soubesse o que é amor.. Ela briga com as pessoas quando fazem demostração de amor pela minha filha, e me obriga a fazer todas as vontades dela, senão ela chora,e eu sou uma péssima filha, todo final de semana eu tenho que ir pra lá e um domingo que eu queria voltar pra casa pra minha sogra vê minha filha, ela brigou comigo e mandou a mãe e tias do meu marido "tomar no c#" isso tudo na frente do meu marido, ela é doente na minha filha e eu tenho medo que ela faça mal a ela.
Hoje, eu não sou só uma pessoa de baixo auto estima, eu me odeio, literalmente, odeio ser eu, as vezes passos dias sem olhar no espelho porque tenho nojo de mim, por diversas vezes eu me trancava no banheiro e me machucava porque me odiava muito, tenho plena consciência que é errado, mas não consigo me conter, já me cortei tanto nessa vida, bati minha cabeça na parede, me arranhei, me soquei me esbofetei.. quem tem crises em meio a depressão vai entender do que estou falando, o sentimento de se odiar é estranho, você sabe que não faz sentindo, mas tudo que sente é que é a pessoa que mais odeia no mundo e que se espancar, se matar.. Não consigo me impor sobre nada na minha vida, tenho dificuldades pra te amizades, manter relacionamento, sou muito autocritica e isso sempre acaba no que estava a dizer: eu me odeio. Eu queria muito mesmo me livrar dela, abandonar sem olhar pra trás, esquecer que existe, o meu pai até que não faço tanta questão, mas ela, eu queria apagar da minha memoria, da minha vida, o problema é que dependo dela, ela me ajuda financeiramente com 200,00 pra mim poder estudar numa universidade federal na cidade vizinha, e eu não tenho como estudar sem essa ajuda, não tenho emprego e queria me formar pra ter uma chance melhor de vida, não sei de verdade o que fazer, a ultima vez que ela me infernizou foi a três dias atras, passo os dias chorando, mal consigo cuidar da minha filha, e tudo que eu queria é me matar, morrer de uma vez por todas, não fiz nenhuma tentativa porque amo demais minha filha, não quero deixá-la nesse mundo horrível. Tenho olhado pra ela e me lamentando de te-lá colocada em um mundo tão cruel, para sofrer, e me lamentando também porque não posso desistir da vida, por ela. As meninas falam que descobrir a raiz do problema é libertador, mas pra mim não tem sido, deve ter uma semana quase duas que descobri e só passo mal, tenho um problema de insonia cronico, passo a madrugada acordada, vou dormir as 6, 7 ,8 da manha, meu sono normalmente é de 5 a 3 horas, mas desde que descobri só durmo de 2 em dois dias. Acho que cheguei no limite, e a qualquer momento perderei o juízo por completo. Queria, pelo menos, que as pessoas, o resto dos familiares, entendessem que mãe não é santa, e um poço de bondade, Hoje quando posto fotos e textos pra minha filha toda minha família comenta basicamente : "viu só como é ser mãe? você foi uma filha ingrata e agora vai entender que seus pais queriam o melhor pra você", isso porque meus pais só contaram a parte deles da historia, e ninguém pensa que posso ser a vitima, eu não conto pra ninguém, porque tenho medo dele fazerem o que sempre fizeram, invalidar meu sofrimento, falar que me faço de vitima e dizer que to reclamando de barriga cheia. Isso é o que mais magoa, os comentários que citei, me fizeram passar mal, de tanta revolta raiva e tristeza, não tenho com quem desabafar, tenho medo de estar exagerando, de estar sendo dramática do problema estar em mim, e as pessoas me dizerem isso, fazer pouco caso, eu sofreria demais. Quero procurar um psicologo e entender tudo isso, saber quem é a real vitima da historia, se realmente sou eu ou meus pais, tenho medo de não estar preparada pra lidar com essa culpa novamente. Desculpem pelo o tamanho do texto, não foi motivacional também, é o desabafo de três da manha, de uma mulher desesperada, enlouquecida, que lida com a depressão profunda há muito tempo, e ainda não sabe como lidar, o que fazer.